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Dia da Consciência Negra: o porquê da importância desta data

Data da morte de Zumbi dos Palmares também marca dados alarmantes com relação a população negra no Brasil

Hoje, dia 20 de novembro, é celebrado em todo país – mas apenas algumas cidades optaram por ser feriado – o Dia da Consciência Negra. O objetivo da data é relembrar as pessoas sobre a importância da cultura negra para formação do Brasil. Mas por que esta data? Simples: foi o dia da morte de Zumbi dos Palmares, figura importante para trajetória do negro no país. A morte dele foi dia 20 de novembro de 1695.

Para quem não conhece a história, Zumbi era o líder do famoso Quilombo dos Palmares, que foi a maior comunidade de escravos existente no Brasil colônia, tendo, em seu auge, uma população superior a 30 mil pessoas.

A ideia é conscientizar todos os brasileiros (brancos, pardos, negros) da importância da cultura negra para a formação do Brasil. A intenção é lembrar as atrocidades da escravidão, além de também procurar realizar uma reflexão sobre a situação atual dos negros dentro da sociedade brasileira.

A data faz parte do que se entende por Semana da Consciência Negra, que é o período em que se concentra a maior parte das manifestações e a maior parte dos eventos relacionados ao tema ao redor do Brasil.

O Dia da Consciência Negra foi instituído como parte do calendário escolar brasileiro no dia 9 de janeiro de 2003 e é considerado um feriado em algumas cidades do Brasil, como São Paulo, Santa Bárbara d’Oeste, Campinas, entre outras.

Os números revelam a importância da data:

  • Segundo a ONU, a população negra é a mais afetada pela desigualdade e pela violência no Brasil.
     
  • O Ministério Público do Trabalho afirma que no mercado de trabalho, pretos e pardos enfrentam mais dificuldades na progressão da carreira, na igualdade salarial e são mais vulneráveis ao assédio moral.
     
  • De acordo com o Atlas da Violência 2017, a população negra também corresponde à maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios.
     
  • Segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira (54%) é de pretos ou pardos, sendo que a cada dez pessoas, três são mulheres negras.

 

  • Apenas em 2089, daqui a pelo menos 72 anos, brancos e negros terão uma renda equivalente no Brasil. A projeção é de uma pesquisa feita pela ONG britânica Oxfam.

 

  • Em média, os brasileiros brancos ganhavam, em 2015, o dobro do que os negros: R$1589, ante R$898 mensais.

 

  • 67% dos negros no Brasil estão incluídos na parcela dos que recebem até 1,5 salário mínimo (cerca de R$1400). Entre os brancos, o índice fica em 45%.

 

  • feminicídio atinge principalmente as mulheres negras. Entre 2003 e 2013, o número de mulheres negras assassinadas cresceu 54%, ao passo que o índice de feminicídios de brancas caiu 10% no mesmo período de tempo. Os dados são do Mapa da Violência 2015

 

  • A população negra corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios, de acordo com informações do Atlas da Violência 2017, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.