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“Mídias não morrem. O que morrem são aparelhos antigos e métodos ultrapassados”

É que analisa o jornalista e pesquisador Fernando Morgado

“Mídias não morrem. O que morrem são aparelhos antigos e métodos ultrapassados”. É que analisa o jornalista e pesquisador Fernando Morgado

A televisão começou em 1950 no Brasil, mais precisamente na cidade de São Paulo. Lá, bastaram seis anos para que a TV ultrapassasse o rádio em faturamento. E mais: além do dinheiro, a televisão rapidamente roubou audiência, programas e talentos do rádio. Por tudo isso, muitos afirmaram que o rádio não resistiria a tantas perdas e morreria. Mas eles estavam enganados. Passados quase 70 anos, o rádio não apenas sobreviveu, como se renovou em todos os sentidos no campo das mídias.

Foi em 1995 que começou no Brasil a Internet comercial. É certo que ela revolucionou a produção, a distribuição e o consumo de conteúdo, mas, passado quase um quarto de século, a web ainda não foi capaz de ultrapassar a TV em termos de investimento publicitário e de audiência. Pelo contrário: muitos dos principais portais e redes sociais conseguem sucesso graças às atrações da TV.

Esses fatos comprovam que:
Mídias não morrem. Mídias se complementam. Cada uma delas atende a demandas específicas em momentos e locais igualmente específicos;
Vivemos o tempo do e, não do ou. Estamos em uma sociedade de consumo e, nela, a palavra de ordem é acúmulo. Isso vale para tudo, inclusive informação e entretenimento. Quanto mais opções nos oferecerem, mais consumiremos. Nosso cotidiano caótico comprova isso;
Para que uma mídia morresse, não bastaria ser atacada: ela precisaria não reagir. E isso é impossível, afinal, inércia é algo que passa longe do setor de comunicação. Nunca surgiram tantas novidades em todos os meios.
Mídias não morrem. O que morrem são aparelhos antigos e métodos ultrapassados. Por exemplo: não fazer rádio da mesma forma como se fazia há 70 anos atrás não significa que o meio acabou. Significa apenas que ele se renovou. E este é justamente o segredo da sua eternidade.

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Por Fernando Morgado. Jornalista, escritor e pesquisador. Professor das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) e da ESPM. Coordenador-adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui livros publicados no Brasil e no exterior, incluindo o recém-lançado Comunicadores S.A. e o best-seller Silvio Santos: a trajetória do mito. Membro da Academy of Television Arts & Sciences, entidade realizadora dos prêmios Emmy. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM.

 

Texto publicado originalmente no site Seminário de Comunicação.
Fonte: Portal Comunique-se